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A semente e o berço

Há dias, uma de nossas revistas fez uma excelente reportagem sobre alguns dos nossos mais famosos jogadores de futebol. Alguns deles estão...

Padre Prata
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 14:05
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Há dias, uma de nossas revistas fez uma excelente reportagem sobre alguns dos nossos mais famosos jogadores de futebol. Alguns deles estão se comportando de maneira escandalosa, debochada e despudorada. A revista procurou interpretar aquelas atitudes lembrando de onde vieram aqueles rapazes, a gênese daquele comportamento. Até certo ponto, o homem é o resultado do meio que o circunda e dos valores que lhe foram inculcados. Vieram das favelas, de um meio social deficiente, sobretudo de famílias desorganizadas, afetiva e economicamente.

A família é o núcleo mais importante da formação humana. Se a família falhar, os produtos serão esses monstrinhos que aprontam o que estamos vendo todos os dias, o que nos faz lembrar do adágio de nossos ancestrais: “eles não tiveram berço”.

Paulo, em sua carta aos colossenses, deixou um recado bem clar “Pais, amai vossas esposas e não as trateis com indelicadezas. Esposas, amai vossos maridos como convém ao Senhor. Filhos, obedecei aos vossos pais para que haja paz na família. Pais, não irriteis vossos filhos, para que eles não se revoltem”. Ele nos faz refletir sobre o tipo de semente que estamos plantando no coração desses meninos. Pensando bem, todos nós somos semeadores. A semente está em nossas mãos e, sobretudo, em nossos corações. Nós a lançamos na medida em que caminhamos. Todos nós. E não há como recolhê-la. Uma vez lançada, não há como voltar atrás. Podemos semear semente boa como podemos semear semente ruim. Tanto uma como outra irá brotar. A praga não deixa de ser praga. O que semeamos é a nossa palavra. É o nosso exemplo. Seja bom ou seja ruim, o certo é que a semente brotará e crescerá sem que o percebamos. Pode ser a semente da mentira, da irresponsabilidade, da imoralidade, do ódio, da vingança, da maledicência, da injustiça, da prepotência. Pode ser também a semente do amor, do carinho, da compreensão, da paz, da verdade, da fraternidade, da união, do perdão e da reconciliação. Pode ser que um dia a gente veja o resultado do plantio. Também pode ser que não. O importante é semear. Muitas vezes, quem colhe são os outros. O exemplo quando é bom tem efeito multiplicativo. Cresce em corrente sem que percebamos. Os gestos de amor e de perdão geram outros gestos de amor e de perdão. Uma educação deficiente cria elos negativos, propagam destruição.

As famílias não sobrevivem por causa de suas riquezas, de seus luxos, por causa das badalações sociais, de força política. As famílias sobrevivem porque souberam semear. O berço é básico.

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