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A Missa dos 60 anos

Não sei se foi dela – da senhora que chegara da Bahia – que ouvi a expressão: “Que Missa bonita!”. Provavelmente a exclamação era, sim, de Neitinha.

Dom Benedicto de Ulhôa Vieira
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 15:11
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Não sei se foi dela – da senhora que chegara da Bahia – que ouvi a expressã “Que Missa bonita!”. Provavelmente a exclamação era, sim, de Neitinha. Viera de Salvador para a Missa do Jubileu de Diamante do velho Arcebispo. Deve-se fazer-lhe – à visitante – o reparo de que, para os que têm fé, toda Missa é bonita. Porque é Deus presente.

Mas, de fato, aquela – pela solenidade, pelo coral de vozes lindas, pela numerosa presença de sacerdotes e diáconos, pela pregação altamente teológica de um eminente Cardeal, também vindo de longe, por tudo isto a celebração merecia o elogio da senhora visitante.

O Santuário da Medalha regurgitava de gente: além dos familiares, amigos de São Paulo, membros da antiga JUC e da antiga JEC vieram, sem se incomodar com as dificuldades da viagem. Vieram para agradecer a Deus o sacerdócio do Amigo, há trinta anos distante deles.

Na longa celebração, em que tudo foi esmeradamente preparado, algo se deve ressaltar. Primeiro o menino de dois anos – só dois anos – que levou um botão de rosa ao celebrante, logo na entrada da Missa. Desembaraçado, vestido como se fosse já crescido, foi até o altar sem que houvesse alguém para guiá-lo e entregou a rosa ao celebrante. Felipe é o seu nome. Dois anos!

Uma segunda nota: o número de padres e diáconos presentes superou a expectativa. No final da celebração, foram um a um cumprimentar o velho Arcebispo e oferecer-lhe uma rosa branca. Um gesto respeitoso e afetivo dos padres àquele que presidiu por dezoito anos a vida eclesial de Uberaba.

Uma terceira nota foi a presença honrosa de um Cardeal, revestido da púrpura que lhe é própria em veste coral. Trouxe, doutor que é em liturgia, uma palavra teológica, clara e segura para a reflexão dos participantes.

Cabe agora ao Homenageado agradecer a todos: o acolhimento caloroso da Reitoria do Santuário; a palavra sóbria e concisa do Arcebispo Metropolitano no final da Missa; a beleza do canto do coral, sob a batuta de Fabiano; a majestade do ato litúrgico devida ao diácono Saulo; as presenças dos padres e diáconos; a palavra erudita do Padre Valmir; as homenagens significativas da Academia de Letras e da Câmara Municipal de Sacramento.

Em nome da família, falou com graça e desenvoltura o sobrinho, advogado militante, revelando o relacionamento familiar com o “Tio Padre”.

Sessenta anos de ininterrupto exercício sacerdotal é uma graça misericordiosa de Deus que se deve agradecer com as mãos elevadas para o céu e o coração palpitante de amor pelo Senhor. Sessenta anos de alegre serviço de Deus. Quanto devo louvá-lo o tempo que me resta...

(*) membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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