ARTICULISTAS

A linguagem suprema

São Bernardo do Campo: uma criança do sexo feminino é salva pela ação decisiva de uma moradora de rua. Essa foi a manchete da semana que nos tocou a todos

João Eurípedes Sabino
Publicado em 18/12/2009 às 19:55Atualizado em 20/12/2022 às 08:58
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São Bernardo do Camp uma criança do sexo feminino é salva pela ação decisiva de uma moradora de rua. Essa foi a manchete da semana que nos tocou a todos, quando um pedófilo por muito pouco não  estuprou uma indefesa menina de quatro anos. De um supermercado a uma pequena floresta urbana foi um pulo.

Não direi o nome do agente, da inocente vítima e de seus pais por razões óbvias, mesmo porque, tais revelações não mudam os fatos. O descuido dos pais, a pureza da criança e a libido indomável do maníaco sexual fizeram resultar numa quase tragédia. A conjunção carnal iria acontecer quando Railane Andressa Silva, (que na visão dos mal observadores pouco acrescenta à sociedade), salvou a criança. Uma pedra certeira, atirada por Railane e respondida com um violento soco em seu rosto, mudaram os rumos da história.

Não tenho dúvidas de que Deus usa a sua linguagem nas simples ocorrências para mostrar-nos o quanto é Supremo. A cada dia me convenço mais que: "As pessoas certas, na hora certa e nos lugares certos só se encontram por obra de Deus". Este texto é dedicado à jovem mãe Railane Andressa Silva, cujo lar é a rua, praças ou viadutos. Ela, segundo disse, viu na criança raptada os seus filhinhos carentes com quem não convive. O senso materno imprimiu-lhe a reação imediata para salvar a menina como se fosse sua. E salvou.

Quantas vezes pulamos um(a) desvalido(a) estirado(a) no caminho, esquecidos de que ele(a) também é depositário(a) de  valores humanos inalienáveis que às vezes subestimamos. Sua condição de carência é apenas um detalhe momentâneo. Por dentro de um corpo imundo pode estar uma alma tão ou mais limpa do que imaginamos.

"Cada andarilho que trouxermos aqui em casa e ajudarmos, é um que estará na estrada da vida esperando um filho nosso para lhe prestar ajuda" disse certa vez meu saudoso pai. Tenho aprendido que: "Quando ajudamos o filho de alguém, Deus delega às suas Leis a atribuição para que Elas designem quando, onde e quem ajudará o nosso filho".

(*) presidente do Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região; membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

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