É interessante pensar sobre a dinâmica da vida
É interessante pensar sobre a dinâmica da vida, com seus encontros e desencontros, com seus encantos e desencantos, com os avanços que nos propõe e os recuos a que nos obriga.
Não entendemos direito a vida. Nem mesmo o que seja a vida.
Não entendemos, com clareza, nosso papel como minúsculo elemento na infinitude de seres e de coisas.
Como nos sentimos pequenos, olhando ao derredor, mirando longe a multidão de estrelas, tão distantes, envoltas na luminosidade do mistério; mirando de perto a imensidão das águas do mar, no vai e vem das ondas, como a própria existência que traz e leva, num devir incansável; mirando no espelho os olhos que se veem sem se ver, adentrando o interior da alma, à procura de Deus, que, muitas vezes, teima em não se manifestar, talvez para que o adoremos mais quando de sua manifestação mais evidente em nossas vidas!
O que existe nos seres que nos rodeiam? O que se esconde na alma humana?
Quero desvendar a face do outro que me esconde a sua face. Quero tentar descobrir o que o faz diferente de mim e, ao mesmo tempo, contraditoriamente, tão igual. Seres humanos, todos carregamos, em nossas vidas, as inquietações sobre o mistério do existir, sobre as linhas mestras que devem conduzir nossos pensamentos e ações, sobre como poderemos ser, cada um de nós, mais um na exatidão do universo que exige compromisso para a sua permanência; carregamos o medo do amanhã que chega celeremente, com suas incertezas e nossas incertezas, na corrida maluca, por isso, para cumprir metas que não podem ser relegadas a um outro tempo, ou a um outro espaço.
Na dinâmica da vida, que pouco entendemos, somos, a um só tempo, propulsores e juízes de nossos atos, na vigilância constante de que sejamos irmãos de nossos irmãos, abertos a seus problemas e a seus sucessos, como com nós mesmos: ver no outro a minha imagem, ver no outro a figura de Cristo.
A dinâmica da vida, roda ininterrupta, coloca-nos assustados com tudo que nos rodeia, sentindo-nos – quantas vezes! – impotentes para acompanhar o que ela exige de nós, lutando, como em braçadas, muitas vezes contrárias à correnteza, para defender aquilo em que acreditamos e que defendemos.
A dinâmica da vida não permite entregas e fraquezas, porque nos quer integrados a seus contornos, fazendo-nos sentir vivos e atuantes, apesar das dificuldades e dos problemas.
(*) Educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro mailtthuebmenezes@hotmail.com