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Fóssil foi descoberto na mesma localidade de onde provém outro crocodiliforme único, o Campinasuchus dinizi
O Complexo Cultural e Científico de Peirópolis apresenta hoje, às 9h, o fóssil completo de uma espécie de crocodilo totalmente nova no mundo, que viveu na região do Triângulo Mineiro, mais precisamente em Campina Verde, há 85 milhões de anos. O fóssil foi descoberto durante escavações paleontológicas no ano de 2014 na fazenda Três Antas, localizada no distrito de Honorópolis e de propriedade de Amarildo Martins Queiroz.
De acordo com o paleontólogo do Complexo, Luiz Carlos Borges Ribeiro, restos de animais semelhantes a esse fóssil já haviam sido descobertos em rochas da mesma idade no oeste do estado de São Paulo. O pesquisador explica que o novo fóssil que será mostrado em Peirópolis é representado por um esqueleto praticamente completo e articulado com cerca de 70 cm de comprimento e elementos ósseos da última vértebra da cauda até o crânio muito bem preservados. O crânio encontrado possui forma triangular e ainda apresenta numerosos dentes.
A descoberta foi liderada pelos pesquisadores Agustín Martinelli do Museu Argentino de Ciências Naturais Bernardino Rivadavia e pesquisador associado do Centro de Pesquisas Paleontológicas L. I. Price (Peirópolis), em conjunto com Fabiano Iori do Museu de Paleontologia de Uchoa (SP), Thiago Marinho e Luiz Carlos Borges Ribeiro, ambos do Centro de Pesquisa de Peirópolis. No dia 5 de setembro, a pesquisa sobre a espécie de um crocodiliforme herbívoro-onívoro, desconhecida da ciência, foi publicada na PeerJ, revista americana de grande renome mundial.
Luiz Carlos Ribeiro ressalta que esta é a primeira vez que o Centro Paleontológico Price e Museu dos Dinossauros de Peirópolis é palco de uma apresentação de espécie nova no mundo. Isto porque as espécies Uberabasuchus terrificus e Uberabatitan ribeiroi, descobertas em Peirópolis, foram apresentadas pela UFRJ, no Rio de Janeiro.
O pesquisador explica que o fóssil foi descoberto na mesma localidade de onde provém outro crocodiliforme único, o Campinasuchus dinizi, descrito pelos mesmos pesquisadores. Para Ribeiro, a região de Campina Verde tem-se revelado como um sítio paleontológico de relevância nacional diante da abundante quantidade de fósseis, excepcionalmente bem preservados, com ampla diversidade de grupos fósseis.