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Hora de ajudar

Ana Maria Leal Salvador Vilanova
Publicado em 06/05/2024 às 19:59
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O economista, intelectual e fantástico pensador Thomas Sowell tem um talento ímpar para resumir assuntos complicados de maneira clara e objetiva. Frequentemente, nos seus textos, há aquele elemento original que faz sinapses se conectarem no cérebro do ouvinte, tornando tudo mais interessante e memorável.

Uma citação sua calha bem nesses dias que vivemos: “É difícil imaginar uma maneira mais estúpida ou mais perigosa de tomar decisões do que colocar essas decisões nas mãos de pessoas que não pagam o preço por estarem erradas.”

         É uma lição dolorosa, mas necessária. A situação no Rio Grande do Sul é trágica, insanamente além do previsto. Afinal, ouvem-se agora muitas referências a um evento similar em 1941, mas quem se lembrava disso? Mais um lembrete de que vivemos repetindo a história, perdendo oportunidades de aprender lições.

         Agora, com a calamidade posta, o povo se organiza e ajuda como pode. Quem está lá e tem recursos, qualquer recurso mesmo, levanta-se e faz sua parte. Seja com um barquinho a remo, seja com um quarto humilde, mas seco e a salvo, seja com alguns reais que talvez até façam falta lá na frente. Mas a hora é agora. Milhares de pessoas se mobilizaram. Deus abençoe a todos.

         E há aqueles que podem mais e não têm decepcionado. Helicópteros, embarcações sofisticadas e angariações entre endinheirados que responderam à altura e aportam recursos que vão fazer muita diferença. Igualmente, as bênçãos para todos eles.

         Quem não tem correspondido é, justamente, quem deveria estar na linha de frente. Os que têm o controle da máquina pública, em diferentes esferas, às vezes pouco ajudando, às vezes atrapalhando mesmo. Têm circulado vídeos de funcionários diligentes exigindo habilitação ou vetando certos tipos de embarcação nos esforços de resgate.

A família esperando no telhado da própria casa está contando os segundos até que tudo se desmorone água abaixo. Se a ajuda não chegar a tempo, pouco consolo será saber que um burocrata, algures na linha administrativa, garantiu que não viesse um desabilitado em seu socorro.

Hora de ajudar e de aprender. Que diria Thomas Sowell?

 Ana Maria Leal Salvador Vilanova

Engenheira civil, cinéfila, ailurófila e adepta da caminhada nórdica

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